Bolha

Aquela não era a bolha azul, aquela que voou para longe no verão passado e carregou com ela todas as últimas esperanças que o sonho tinha de se concretizar?
Aquela não era a bolha para quem tanto olhaste no inverno quando ela trouxe de volta todos os calores de que precisavas para continuar feliz?
Olha!! Aquela é a bolha azul que trouxe flores na prima-vera para alegrar-te, já que não tens amores para compartilhar!
Oh, se eu soubesse que ela iria embora novamente, oh, amor próprio que carrego, não teria olhado para ela com olhos de ilusão.
Tem sido um tempo duro esse em que ela não está aqui, e agora que penso que ela vem pra sempre... e ela volta para casa, carregando novamente as esperanças do meu sonho...
Mas sei que ela ainda volta, no próximo sopro que eu der no sabão.

Uma casinha de sonho.

Uma casinha branca
rodeada de quintal,
com flores no jardim,
e roupas no varal.

Uma casinha simples
de tijolos ou de pedra,
cortinas azuis e brancas,
sete lírios na janela.

Uma casinha de sonho,
de orvalho e de cor,
para iluminar os dias
de uma vida sem amor.

Uma casinha forte,
onde nada me alcance,
para olhar pra fora de relance,
até o dia da minha morte.

Uma casinha assombrada,
para que eu não fique só,
enquanto meu filho crescido,
estiver na casa da avó.

Uma casa com varanda,
para a chuva entrar à noite,
pro vento me visitar
e para o Sol fazer plantas florescerem
quando chegar o verão.