Escola

Não posso citar os motivos pelos quais, um dia, todos aprenderemos um dia.
Mas por enquanto não aprendo,
só peço que me deixe errar de vez enquando.
Oh, amigo meu que não conheço,
você viu por aí o meu músculo mestre?
Disseram-me que ele andava rolando por aí na rua e que não apanharam porque ele parecia feliz com sua condição,
mas agora eu quero ele aqui no lugar dele.
E ele se acostumou com a fumaça e as rodas.
mas um dia ele também aprenderá. Espera só pra ver!

Corantes Artificiais em Pele Azul.

Há tempos que não pinto nada.
Minhas tesouras enferrujadas.
Meus pincéis desidratados, minhas tintas ressecadas.
Meus papéis voaram com o vento que fez e até agora não tive coragem de comprar novos, porque me apegava aos outros, como me apego a tudo.
Mas hoje, decidi que vou desaposentar as coisas.
Vou viver novamente, escuutando trilhas sonoras, no chão da sala, onde é mais frio.

Bom Dia.

De uns dias pra Cá.

Tenho andado distraído.
Não me vêm as idéias pelo turbilhão dos acontecimentos.
Pensamentos distorcidos, que não se transformam em palavras.

Juís sem critério.

Eu fui a uma loja de roupas.
Eu estava desesperadamente precisando de algo novo pra vestir, tinha cansado de todo meu guarda-roupa.
A primeira vista me apaixonei por uma camisa cinza que vi escondida entre um monte de blusas de botão estampadas escandalosamente.
Ela tinha um tecido interessante e confortável, provavelmente não esquentaria nem me faria querer tirá-la na primeira hora de uso. Era a minha cara. Do lado direito tinha um pequeno detalhe bordado com linha da mesma cor da blusa, uma flor de liz.
Mesmo assim a blusa era meio sem graça. Digo, mesmo pareendo comigo, ela não era tão bonita. Provavelmente não me faria me sentir bem se a usasse sozinha e eu não teria coragem de imacula-la com tinta, como faço com as outras.
Eu resolvi ficar com a outra. Uma que vi de relance e achei interessante. Era branca com estampa abstrata em tons de verde, vermelho e azul. Nem prestei atenção à costura etecido, apenas tirei-a do cabide a comprei.

Semanas depois descobri que aquela blusa era super desconfortável. O tecido soltava fiapos e incomodava, era quente e pesado. A estampa desbotou quando lavei pela primeira vez e, como disse minha mãe, ela ficou fubá.

Aí eu recomencei a pensar na blusa cinza. Embora bem discreta e sem muitos atrativos, provavelmente me adequaria a ela. Provavelmente seria minha blusa preferida.

Agora já devem ter levado embora. Eu não tenho mais coragem de voltar à loja.

Citações.

"Oh noite que foi minha guia
Oh noite, mais romantica que o nascer do Sol
Oh noite que une o amante a seu amado,
Transformando cada um, no outro."

Loreena McKennitt - The Dark Night of the Soul

No restaurante

Nada pra fazer? Desenho com molho tártaro.

Não notaram o sorriso debaixo de meu rosto neutro.

Quem me olhava queria me consolar.
Mas eu estava feliz.
Andava sozinho porque queria, escutava minhas músicas favoritas, nõ pensava. De lá para cá.
Eu estava tão vazio que me sentia completo.

Cafuné.

Eu gosto quando aguém sabe brincar com meus cabelos.
Quando alguém toca minhas orelhas, procurando os pontos mais confortáveis.
Mais ainda quando, me pondo para dormir, me chamam Pequeno e me cantam uma música bonita.
E eu durmo, feliz.

A flor.

Coloquei-me em seuas mãos e escutei sua melodia, suave e quente. Com seus dedos você me girava e me punha de um lado ao outro.
Tive medo de que você me deixasse cair. Olhava sempre para ter certeza se realmente me segurava.Depois de tudo, guardei-te no meu caderno. E ali ficaras, como lembrança do dia em que perguntei se querias ser meu par você, sem hesitar, disse que sim.


Mas ainda agora me pergunto se você sabia o que tudo queria dizer. Você sabia?



(A alguém, que sabe quem)

Momento = Partícula Indivisível.

Aquela cena deveria ser compartilhada. Não era uma cena para se ver sozinho.
O mar e o céu estrelado, qu cada vez chegavam mais perto, o barulho das ondas batendo nas enormes pedras nde o Um estava, de pé, desejando profundamente estar com o Outro. Desejando partir o indivisível.

Presentinho.

Não preciso falar mais nada. É lindo e pronto.

A Escolha Certa

Aquele sim é um carinha que eu gostaria de conhecer.
Ele anda engraçado e às vezes é motivo de piadas.
Coitados dos que as fazem.
Eu já li o que ele escreve e é a coisa mais linda!
Ele fala de coisas simples, como a colher que "faz um barulho bonitinho" quando ele meche o café.
Ele tira um dia da semana para ver o mar ou subir em uma árvore. Eu lembro que eu sempre subia em árvores.
Temos interesses em comum e gostamos de música.
Eu sei porque já o vi com um CD pirata do Noah and The Whale no bolso da mochila e ele sempre está usando fones de ouvido.
Às vezes ele anda falando sozinho e isso me encanta de todas as maneiras. Bem como o jeito com que olha para as coisas e pessoas.
Tem sempre um sorriso no rosto, mesmo quando está triste, coisa que eu não consigo disfarçar.
Sim, aquele sim é alguém para se escolher.
Já sei que sua comida preferida é pão com qualquer coisa doce ou salgada dentro.

Mas o que mais me encanta verdadeiramente é que por mais que conheça tanta gente, ele sempre anda sozinho.

O Agente Passivo.

Em uma relação como essa, duas ou mais pessoas estão envolvidas.
Estou falando do carinho na nuca.
Não importa o grau de intimidade dos relacionados, o importante é o ato em si.

Temos aqui um agente, o que dá o carinho e o passivo, o que recebe, obviamente.

Os dedos se enrolam tentando achar o gesto mais confortável ao outro. A cabeça deita-se no colo. Os dois têm a mente limpinha.
Com as unhas se acaricia a ponta das orelhas. Com a ponta dos dedos pucha-se de leve os cabelo curtinhos.

Ao passivo fica o prazer de mãos tão quentes e suaves em sua cabeça pesada. O sono que chega de repente e o travesseiro das pernas macias tão receptivas. Dorme-se calmamente.

Já ao agente, sobra o belo trabalho de deitar o passivo no sofá, sem que ele acorde. E depois, sentando em frente àquela visão tão apreciável, resta o conforto simples e a adorável sensação de ter proporcionado um sorriso lindo no rosto calmo daquele que dorme.

Para os melhores amigos.

As pessoas entram em nossa história por acaso, por mera coincidência de gostos, ou qualquer outro fato que nos faça para e dizer os nossos nomes e interesses.
É quase sempre assim.
Mas para algumas eu olho, observo mesmo, descubro o que as faz querer viver e depois, como quem não quer nada, acabo por conhecê-las.
Dou-me por completo e tento sugar a pessoa, de forma que ela não me veja mordendo seu pescoço. Sou atento aos pequeníssimos detalhes.
Então, tento encaixá-la na minha rotina.

Escolher pessoas é muito mais fácil que encontrá-las por aí.
A única parte ruim é que você não as esquece tão facilmente, porque a conhece, não por completo, mas no necessário.

Mas porque esquecê-las?
Porque por vezes a coisa parece muito provocada. Precisa de uma prova ou algo do tipo.

Eu já escolhi pessoas. E pelo menos até agora elas não saíram de mim.

Amor.

Por ter tanto sonhos na cabeça, se confunde com os desejos.
Acaba por desejar o que não quer, realmente.
Mas o desejo se realiza.
- oh, My Dear!
Será que é isso que dizem ser tão bom?
- Como é simples e desonesto!

Um dia perdido no espaço entre o Um e o Outro.

Quando a noite chega, em seu travesseiro, ele ainda lembra daquela vez em que foi feliz, sabendo que estava triste, porque o que mais queria estava indo embora nas mãos de outro que não dava o devido valor àquela peça rara que precisava de tanto cuidado.
Lembra daquela vez em que pode sentir o odor agradável de satisfação deixar suas narinas feridas do resfriado e saírem do tecido, sem que ele pudesse decorar todas as nuances.
Lembra daquele tão lindo dia em que disse que amava alguém que não o amava, mas continuava amando, porque achava tão lindo.
Lembra-se de quando era criança e imaginava-se adulto.
E hoje adulto, se imagina criança, só para voltar àquela noite.

Diálogos do dia a dia

- Menino o que tu tá fazendo?! Eu acho que tu não deveria tratar assim alguém de quem tu gosta!
-Ah mas eu cansei!
- Sim mas cansar é comum, faz parte do ciclo.
- E eu sei que quem disse isso fui eu!
- Pois!...
- Eu entendo. Mas é assim que funciono agora.
- hum, tá bom. Depois você acaba perdendo pessoas e bota a culpa no mundo.
- Nunca pus a culpa em ninguém a não ser em mim mesmo, tu sabe disso.
- Ah, tu também pede conselho e não escuta...
....
...
- Desculpa. Mas eu tava precisando de um pouco de rebeldia. Pelo menos isso serviu pra distanciar um pouco. Eu tava sufocando e sendo sufocado. Isso não é legal.
- E aí, tu vai fazer alguma coisa? Ligar, mandar mensagem?
- Eu não! Já disse. Não vou mais atrás de ninguém, se quiserem que me liguem!

(Ontem)

Dizem as crianças e os bebados:

Nós temos o direitode sermos incompreensíveis.
Tudo que queremos é que nos respeitem.

Depois da tormenta a calmaria me ataca.

Cansei de descansar.

Você joga o Lixo no lixo?

O que você vê aqui?

Eu vejo uma árvore feliz.

Boldo.

Esvaziei o bule de chá. Não, não bebi aquela água cheia de raízes. Joguei-a em meus pés.
Para muitos seria uma tolice, mas eu seio que estou falando, eu sei o que fiz.
Por algum tempo cozinhei aquelas ervas daninhas em fogo quente como brasas de uma fogueira onde cantaram juntos os amantes escondidos.
O gosto era amargo, mas o efeito buscado foi sempre alcançando.
Para amenizar a amargura, punha sorrisos no chá. O bule cheio, esperando pela dota d’água.
Foi numa segunda-feira. E os dias da semana carregaram consigo as manchas dos meus pés molhados com a bebida rala.
Do boldo fiz o bolo para as 5:00 horas da tarde.
- Quer experimentar Senhor?
- Não, muito obrigado, não gosto do seu bolo.
- Oh! Então porque comestes dele tão docemente por tanto tempo, fazendo-me acreditar que era tão bem vindo?
- Oh Senhora. Para mim o bolo era como companhia, enquanto não podia encontrar uma receita mais doce. Agora me deixe ir. Sua massa é desprezível!
Então derramo o chá sobre meus pés. Vou longe em busca de um jardim sem ervas.

Síntese.

Eu não sou tudo que crio.
Tudo que crio sou eu.
Eu não crio.
Eu sou, numa folha.

Fuck your Art Sense!

Não! Minha escrita não é arte.
Não é poesia, nem naturalismo, modernismo, parnasianismo e muito menos romantismo.
Não escrevo para expressar coisas que podem ser interpretadas de várias maneiras (ou de nenhuma, como quase sempre acontece).
Não tento instigar ação alguma, não tento fazer ninguém comer aveia ou qualquer outro tipo de comida saudável que nem eu mesmo como.
Não digo o que fazer. Nem o que pensar e nem com quem sair e que roupa usar quando for encontrar seu novo affair.
Não! Minha escrita não é arte!
E alguns não lêem por causa disso.
Minha escrita não é para se ler e pensar. É apenas e tão somente, mas não desprezivelmente, para ler.
Um amontoado de palavras sem muito sentido. Os títulos são bobos. Os textos minúsculos não dizem muita coisa. Minha escrita não é arte. Eu nem sei o qe é isso, Minha escrita é literalmente escrita.

Dedicado.

“Onde está sua beleza?
Está escondida atrás de sua carne pouca e sua cara de filme antigo de comédia muda.
Onde está sua sapiência?
Na forma com que lavas as mãos, sempre com a torneira desligada.
Você já escovou os dentes hoje?
Não?
Ainda assim eles aparecem brancos quando você sorri.
Você tem um sorriso lindo.”

Igenuidade

- Olhe para os dois lados quando for atravessar a rua.
- Sim mamãe.
A garotinha sempre olhava para cima e para baixo.

Carbon Monoxide

Basta pensar em fumaça para sentir seu cheiro.
Não importa para onde eu vá.
Tenho tentado escapar das armadilhas do ar. Mas sempre acabo por não achar o vácuo.
O oxigênio sempre me encontra, quando tudo o que quero é a apnéia.

...

Yeah, alguns pensamentos cortam minha cabeça de repente e, bom, alguns me enojam de certa forma.

Eu gosto de brincar com fogo...

...porque ele se queima comigo.

Caixa Quadrada de Onde Saem Imagens

Aprendendo a Canalizar os Impulsos Criativos.

Tenho uma rede de TV na minha cabeça, esperando pra sair.

Do Nascimento do Amor Próprio.

Quando nasci não me deram nada para me segurar.

Tentei agarrar o ar.

Abracei-me.

Ainda.

Lembra aquela topada, na sexta-feira. Não doeu na hora.
Mas juro que penso que algo aqui dentro está quebrado.
Se eu mexo no dedo dói. Uma dor que não dói, mas incomoda.

Meu dedo pode sercomparado a várias outras partes, do corpo e da alma.
Nada dói.
Mas e se eu mexer??

Biomodo de um ser doador.

O que fazer para me livrar de minha própria natureza?
Auto-Desmatamento.

Queimadas.
Desprezo.
Voltas sozinho.
Desgosto pelas mãos.
Reversão.
Tentativa de fuga de olhares.
Indie Rock.

E ainda assim, continuo verde.

Apocalipse

Hoje tive o sonho mais estranho que já sonhei. Era o fim do mundo e bolas gigantescas de fogo caiam do céu à noite, eu e você corríamos para escapar. No caminho as outras pessoas iam aparecendo e eu ligava para as importantes para saber de suas vidas.
Chorei tristemente quandpo vi a Lua derreter.
No meio da confusão lamentava porque não mais faria o teste para ser ator em um video game.
E você estava lá comigo. No fim de tudo.
Não encarei como um sinal, foram só os úlrimos acontecimentos confusos que influenciaram minha imaginação subconsciente.

Até outro dia.

Aos Covardes da Manhã

(Confesso que muitas vezes saí sem tomar banho)

A Diversidade do Único.

Para alguns aquele garoto que andava saltitando era apenas um louco que não dava bom dia.
Para outros que o conheciam, era um louco que dava mais que bom dia.
Para outros era um "anjo".
Para outros um "demônio"de duas caras.
Para uns uma criança tola.
Para ele mesmo, tudo disso um pouco.

Natureza Morta

Dos relacionamentos afetivos.

Como por instinto, mas sempre bem escolhidos,
pego caroços no chão para plantar.
Rego, converso com os galhinhos novos, podo, ponho cascas de ovos como vitamina,
dou "Bom Dia" toda manhã.
Se o brotinho não me dá flores, não posso reclamar, pois fui eu quem escolheu.
Então o deixo à própria sorte, depois de já ter ensinado o que sei
e de ter olhado em seus olhos e declarado amor, doente e ingênuo amor.

E o brotinho cresce às vezes, sugando ainda os restos de carinho que lhe dei,
mas depois de um tempo, passa a ser adubo para as novas sementes.

Destino.

Ainda tentamos, sem parar, conseguir o que o mundo tem que nos dar de qualquer forma.

Eu adoro a nostaugia.

Para os iniciantes na vida de Solteiro.

As primeiras vezes são as mais difíceis. Porque não é como droga.
Depois se acostuma um pouco e se aprende os truques, embora não haja uma fórmula.
Com mais experiências, se obtem o necessário.
Finalmente você estará pronto.
Depois de inúmeras decepções, de tentativas falhas,
depois de muitas lágrimas, de muito material gasto,
de tanta rejeição.
Agora você é um mestre.
não precisa mais da insegurança.
Você já sabe cozinhar.

Shhhh-uááá

Eu era um rio que corria em sua direção.
Você jogou pedras em minha água quente e clara e limpa e doce.
E as pedras amontoadas no meio de meu fio,
transformaram-te em uma ilha, por onde as águas não passam mais.

Para alguém que não sabe quem.
Tenha mais cuidado com o que diz, as pessoas escutam.

Lembranças e Vontades.

Eu não precisava disso até ontem, quando lembrei, por motivos que não sei quais e tão sutis que apareceram de repente sem que eu me desse conta, que não o tenho.
Depois de uma semana super ativa, na sexta eu me desliguei.
Eu não estava preparado para a mesma situação de antes e de fato não quero senti-la.
Eu li na palma da minha mão que não fui feito para amar e sim para pensar, então tudo se esclareceu.
O telefonema foi simples e bom de se receber, mas me recordou coisas que não deveriam.
As relações conturbadas e inacabadas, não iniciadas, para ser mais exato... Elas me matam pela falta de coerência,ou mesmo de coragem, pela falta de altivez, pela falta de verdade.
E eu sei que tenho alguns ombros onde me esconder.
Mas não quero.
Eu lembro quenão precisava disso até ontem, quando lembrei que não o tiha. E estava tão feliz assim.
E assim continuarei.

Bruto.

-A leveza morava dentro de seu corpo, em um lugarzinho escondido, em que ninguém poderia chegar.
Suas mãos eram frágeis e bonitas, pareciam cetim.

-E o que aconteceu então.

-Ele descobriu que não queria mais ser leve, porque acabava se ferindo.

-Foi covardia?

-Não, não vejo assim. Acho que foi só uma decisão pelo que parecia ser melhor pra ele.
A covardia é quando não se admite que a leveza lhe faz mal.

- Nunca se entregou realmente.

Ahh, se a lei da gravidade fizesse a força inversa.
Se o que eu quisesse fosse por os pés no chão em vez de tira-los.