Nãoexisteosónuncaexistiununcaexistiráosósóissosóaquilo.Nãominta,
nãodestruaosónãomastiguenãoinventenãodigaqueeleexiste.Nãoexiste
osó,nuncaexistiu,nuncaexistiráosó.

Caichioieira

Se fosse água, queria ser água de rio.
As águas de rio são sempre mais bonitas, de certo que por muitas vezes poluídas, mas ainda assim mais belas.
Elas se movem. Vão até o mar sempre.
E nascem não sei de onde em uma nascente longe de qualquer lugar, onde são calmas. Então passam por turbulências do meio do percurso, para depois encontrarem o amante de tempo atrás.
Queria ser ága de rio para ser água do mar e depois ser nuvem e voltar a ser água de rio.

ME.

Bateram na porta. Fui olhar quem era.
Não bateram na porta.
Imaginei tantas coisas.
Criei amigos inexistentes.
Afastei-me de todos. Só queria a Lua.
Oh! Amada Lua de todos que sonham.
E virei um maluco de rua que brinca sozinho.
Não me salvem por favor. Tenho medo!
Tenho medo de voltar a ser a pessoa medíocre que era antes.

Semáforo

Meus olhos cheios. Veja, hoje é terça-feira.
Todos meus amigos,
Todos seus amigos
voam!
Todos meus amigos,
Todos seus amigos, querem...
Morrer!!!!


*Baseado na música Semáfora da banda Vanguart

"Como meus cabelos me ajudaram a ver a vida com outros olhos".

Meus amigos mais antigos são os meus cabelos e meus pensamentos.
Meu amigo mais recente sou eu mesmo.


(baseado no livro, "Como meus cabelos me ajudaram a ver a vida com outros olhos", que conta a história de uma menina que odiava tudo e todos e resolver virar emo, fez uma franja e passou a ver o mundo pela metade, daí o nome do livro. Hoje ela é muito feliz e viu que esse negócio de emo não dá certo, porque ela bateu a cabeça num poste, que a franja escondeu. Daí ela passou a achar a vida linda e bela, mas só quando você olha com os dois olhos). O autor da história fui eu tá, não é plágio.

Buracos no tempo.

Passagens secretas que me levam para onde quero, estão fechadas hoje para os lugares mais complexos.
Hoje as passagens me levam aos campos mais verdes e mais ventilados onde eu posso deitar na grama e dormir.
Me levam para ruas desertas em noites frias onde haja monumentos antigos para onde eu possa olhar.
Me levam para jardins com fadas e rãs que cantam em vez de coaxar.
Me levam para casas brancas de campo, onde o café é torrado na hora.
Me levam para o céu.
Me fazem onipresente.

Minha casa - Zeca Balero

É mais fácil cultuar os mortos que os vivos
mais fácil viver de sombras que de sóis
é mais fácil mimeografar o passado
que imprimir o futuro
não quero ser triste
como o poeta que envelhece
lendo maiakóvski na loja de conveniência
não quero ser alegre
como o cão que sai a passear com o seu dono alegre
sob o sol de domingo
nem quero ser estanque
como quem constrói estradas e não anda
quero no escuro
como um cego tatear estrelas distraídas
amoras silvestres no passeio público
amores secretos debaixo dos guarda-chuvas
tempestades que não param
pára-raios quem não tem
mesmo que não venha o trem não posso parar
veja o mundo passar como passa
uma escola de samba que atravessa
pergunto onde estão teus tamborins
pergunto onde estão teus tamborins
sentado na porta de minha casa
a mesma e única casa
a casa onde eu sempre morei

O idiota de Hamelin

Certo dia, um flautista começou a tocar uma música, linda por sinal, mas que os enfeitiçou.
Nunca mais tive notícia do Sr. Cabeça de Queijo, nem do Perna de Mesa.
Roeram meus sapatos, disseram-me seus nomes, fizeram de minha casa seu lar por um bom tempo, para depois me deixarem por um músico!?
Só sei que não serei mais amigo dos ratos de deste vilarejo.