Nãoexisteosónuncaexistiununcaexistiráosósóissosóaquilo.Nãominta,
nãodestruaosónãomastiguenãoinventenãodigaqueeleexiste.Nãoexiste
osó,nuncaexistiu,nuncaexistiráosó.

Ode ao simples.

Escondida entre as ramagens, pequena. Branca, nada de luz, nada de luxo.
Não era Rosa, nem tinha nome.
Passava despercebida, escondida entre as ramagens.
Pequena. Branca. Sem nome. Escondida entre as ramagens.

Abraços partidos...

... não o filme do Almodóvar.
Não partidos com tesoura, muito menos com facas.
Abraços partidos pela falta deles.
Abraços que querem ser abraços, abraços de dois braços.


São o tipo de abraço, que ninguém gosta de receber, ou não receber.
Não são abraços.


(Aos que guardam punhais pelas costas, aos que usam os punhais, aos que não usam, aos que querem usar)

Do Início:

Tudo começou com um copinho de café, cheio de álcool.
Eu derramei no chão, porque queria fotografar. Sempre achei lindo o fogo,
sempre gostei de seus efeitos e até a fumaça pra mim era linda.
O álcool escorreu, alcançou a pilha de papéis inúteis,
foi lindo,
o papel vôou,
Alcançou os livros e dos livros, alcaçou a estante.
Pouco a pouco a casa toda foi se transformando em uma fogueira, tão bela quanto Sol.
A noite se iluminou.
E eu assisti de fora minha casa cair em brasa quente como lava.
Tão leve, tão pura, inocentemente queimada pelo fogo pequeno do àlcool.
O fogo azul, lilás, amarele.
O pequeno fogo do álcool.

Da Fertilidade:

Ontem engoli algo estranho que não vi. Estava no meu copo.
Hoje, acordei verde.
Porque as coisas crescem muito rápido, dentro de mim.

Do Futuro:

Quantos estão se perguntando o que será do dia seguinte?
O futuro será doce?
Então param e olham a paisagem.
O presente não é. Amendoim, salgadinho.
E o branco sentimento de nada... preenche os vazios.

- Atenção Senhores passageiros, apertem os cintos...

Don't Smoke!



É Proibido Amar

Crocante:

De longe sou forte, sou áspero e cortante,
sou duro e quebro os dentes dos que tentam me morder.
Como a barra de crocante, de amendoim duro junto com açucar
que para os idosos é imposssível, e para os mais jovens, difícil.
Sou o gelo do iceberg, que derruba o Titanic e quebra o casco de qualquer um.
De longe sou duro mesmo, como pirulito de açúcar...
de perto sou o caramelo, que derrete do pirulito.

Do Natal:

O Natal é quando a família vem checar o que você tem feito de sua vida,
se você vale a pena,
se você merece carregar o nome da família.
Eles esperam de você o melhor, porque você foi a criança perfeita,
esperam uma boa roupa, porque você sempre foi bonito
e esperam receber um falso "Feliz Natal", porque você sempre foi educado.
Acabam por deixar-nos com a mesma esperança de nós mesmos.
O que estivemos fazendo durante o ano?

Do Não:

Palavras de não me fizeram sorrir.
Mas não era o sorriso feliz dos felizes.
Palavras de não me fizeram sorrir porque era o retrato de tanto tempo
que se resumia aquilo.
E acabei por lembrar de tudo que havia acontecido.
E sorri.
Mas eu discordava em certos pontos.

Da Conversa que Quase:

Por um momento meus olhos serraram. Olhei fixamente a palavra.
Era uma conversa gradativa sobre beijos e peixes.
Fui o dono da saliva.
Olhei-a fixamente. A palavra.
Enquanto virou as costas e saiu.
Sua imagem ficando embassada.
Parecia estar fora daquele mundo agora.
Então fechei a janela.

Das Tentativas de Não Transparecer:

Não adiantava maquiar as olheiras.
Eram inevitavelmente perceptíveis mesmo debaixo da grossa camada.
De qualquer jeito teria que assumir que passara a noite sem dormir pensando nele,
mas, por algum motivo, não queria assumir sua fraqueza, até que o encontrou
esperando por sua presença, sentado desde às três, no banco sozinho, lendo um livro desconcentrado, com olheiras mais profundas, sem cobertura de maquiagem, cambaleando de sono e de alegria com seu sorriso e, escondendo o livro entre as mãos disse :

- Passei a noite acordado pensando em você.

Da Lua Cheia Mais Linda de Hoje:

Somente a Lua me intriga.
Parece tão completa. Tão cheia. Plena.
Mas... Se é tão completa, porque é tão mutável?
Acho que posso me comparar a ela. Não porque sou alguém que sempre
impressiona, ou porque pareça completo... pelo contrário.
Mas as fases são as mesmas.

Dos Cegos:

Não sei... o longe?
Não sinto o longe, não o tenho.
Nós que só enxergamos o que sentimos, não conhecemos o longe.
O longe não existe.

Dos Que não sabem:

Eu gosto dos idiotas, dos que não têm razão, dos que se escondem.
Não dos que se mostram porque aprenderam nas revitas uma maneira "cool" de ser.
Eu Amo os idiotas e suas decepções. Suas faltas de explicação - porque nada precisa ser explicado.
Adoro os tolos e os imbecis.
São minha gente.

...

Não desistirei das pessoas. Nem mesmo pensarei nisso.
As pessoas são o problema...
E sem problema não tem graça.

A Aranha.

Cegos vão, cegos vêm, cegos sentem.
Cegos Vão, Cegos Vêem...




Basta.

De volta ao mundo dos vivos, preferiu o subsolo.
Não tinha mais graça ver as mesmas caras de sua vida sem sentido.
Para alguns sua pele pareceu mais jovem,
para ela, tudo parecia mais velho,
mas sem gosto,
mas tapado,
como água, que não fede e nem desfede.
Comprou o passaporte, com todos os avisos de perigo.
Cozinhou seu ex-prato preferido que não tinha mais gosto bom,
aquela massa desagastantemente grudenta de queijo.
Pôs todo o conteúdo do passaporte lá dentro e comeu,
rapidamente, para ir sem muita enrrolação.
Voltou.

Dos Presentes:

Tenho medo de que não me entendam. De que não vejam o que vejo.
De que não sintam e que não descubram
A profundidade de algo tão ínfimo.

Conj. Industrial

Sempre se crusam. Inevitavelmente. É impossível driblar.
Porque ambos, embora em direções opostas, seguem o mesmo caminho.

De Toddynho.

Até parece que ela estava aqui, pertinho como sempre, para os domingos.
Os lugares eram os mesmos, os caminhos, as palavras.
Nós eramos os mesmos, diferentemente iguais.
Foi como ontem.
Há um ano e quatro meses.

Da Obra:


Das Verdades Escondidas:


Da Obra:


Do fraco giz se faz uma idéia permanente.
(No Theattro José de Alencar, ainda (?))

Do Centro ao Centro.

É medo, mas ninguém fala.
Enquanto andam rápido esperando pelo ponto de chegada
falavam alguma coisa para esquecer.
Cada estranho que aparece é mais um litro de asngue que escorre
por dentro do corpo.
Até que chegam.
E não era nada. Era só o medo.
Mas ninguém fala nada.

(Indo do Centro da cidade ao Centro Dragão do Mar com o Tiago)

Quem é ela?

"- Alô Bianca, onde tu tá?"

Onde? Com quem? Fazendo alguma coisa? Ainda vem? Bianca?

Para Suprir Necessidades de Outros...




Entre o Parar e o Seguir.


Parado>Seguinte>Parado>Parado>Seguinte.
Não saber o caminho a seguir é somente alheio. O importante é decidir,
se vamos ou ficamos.

...


Na parada.

"- Oi, você poderia me dizer as horas?
- São 9:40...
- Obrigado...
- ...
- O que você espera ?!
- O ônibus."

Ninguém espera só o ônibus... Ou espera?
Eu esperava mais.

Introspecção.




Desengane-se.

Não era juso, de forma alguma, mas era a verdade.
De que importava achar duro ou pesado demais? Não era sua tarefa pergunar.
Tinha que, apenas, sentir tudo aquilo.
E não era bom.
Por isso evitava.

Rain Down From Above.

Na chuva os pingos eram as lembranças.
Eu era o coadjuvante.

Sem Títulos Óbvios.

De Súbito.

O amor é feito de tudo aquilo que faz falta.

Tédio

A fossa é a regra da monotonia. Enche de parasitas os cabelos do pé.

Meio fio.

Seus pés seguiam a linha branca que ficava para trás, deixando o caminho para mim.


Eu o seguia pela linha branca. Linha de pedra, cheia de obstáculos e pausas, porém reta e branca.

Olhando para o chão para não cair dali, tudo que podia ver de você eram os pés ágeis.

Não olhava para trás então não poderia saber que estava sendo seguido.

E então de súbito me veio o cansaço. A vontade de andar por outros caminhos, enxergar outros pés. Levantei a cabeça, mudei de rumo. E deixei para trás a linha que você continuou seguindo em busca de outros lugares, de outras pessoas, sem olhar para trás e me ver ali, procurando fazer de mim mesmo algo que me agradasse.