Nãoexisteosónuncaexistiununcaexistiráosósóissosóaquilo.Nãominta,
nãodestruaosónãomastiguenãoinventenãodigaqueeleexiste.Nãoexiste
osó,nuncaexistiu,nuncaexistiráosó.

Boldo.

Esvaziei o bule de chá. Não, não bebi aquela água cheia de raízes. Joguei-a em meus pés.
Para muitos seria uma tolice, mas eu seio que estou falando, eu sei o que fiz.
Por algum tempo cozinhei aquelas ervas daninhas em fogo quente como brasas de uma fogueira onde cantaram juntos os amantes escondidos.
O gosto era amargo, mas o efeito buscado foi sempre alcançando.
Para amenizar a amargura, punha sorrisos no chá. O bule cheio, esperando pela dota d’água.
Foi numa segunda-feira. E os dias da semana carregaram consigo as manchas dos meus pés molhados com a bebida rala.
Do boldo fiz o bolo para as 5:00 horas da tarde.
- Quer experimentar Senhor?
- Não, muito obrigado, não gosto do seu bolo.
- Oh! Então porque comestes dele tão docemente por tanto tempo, fazendo-me acreditar que era tão bem vindo?
- Oh Senhora. Para mim o bolo era como companhia, enquanto não podia encontrar uma receita mais doce. Agora me deixe ir. Sua massa é desprezível!
Então derramo o chá sobre meus pés. Vou longe em busca de um jardim sem ervas.

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