Nãoexisteosónuncaexistiununcaexistiráosósóissosóaquilo.Nãominta,
nãodestruaosónãomastiguenãoinventenãodigaqueeleexiste.Nãoexiste
osó,nuncaexistiu,nuncaexistiráosó.

Poeira

Não tinha nada no bolso... Só poeira fina, daquele tipo que a gente não consegue nem ver, mas que tá ali de qualquer jeito. Andava para a parada do ônibus, já quase sete. Havia pessoas na rua, e lama. Havia chovido toda a tarde e todo mundo se preocupava em não se molhar, enquanto ele andava pelas ruas com as mãos enfiadas naqueles bolsos, vazios que estavam.
As mãos no bolso eram apenas para que se aquecessem. Estava frio, é claro. E depois de tomar o banho de chuva, olhando para as lojas, decidiu ir para casa.
No ponto de ônibus as pessoas o olhavam. Por que? Ele cantarolava canções que inventava ali mesmo.
As canções eram todas tristes.

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