As linhas

Tudo no mundo se resume a uma linha estreita que separa o céu do mar, bem longe, no ponto mais longíncuo em que nossa visão chega.
A linha tênue da pele, que separa as almas. A linha dos olhares que se cruzam repentinamente e mostram mais que qualquer coisa. A linha do silêncio de quem tem muito a dizer e não sabe como. As linhas da mão que procura outra.
Tudo se resume a dois dias na semana.
Tudo é um, que se encontra no outro. É olhar-se no espelho e ver a linha que se forma do desenho de seu próprio corpo em outro ser e em outra alma.
Tudo somos nós, olhando para a linha que se forma no horizonte e sonhando um dia arrancá-la dali e amarrá-la em nossos pulsos.