Nãoexisteosónuncaexistiununcaexistiráosósóissosóaquilo.Nãominta,
nãodestruaosónãomastiguenãoinventenãodigaqueeleexiste.Nãoexiste
osó,nuncaexistiu,nuncaexistiráosó.

Peixosos

Eu comecei a escrever uma história descabida. Eu tinha dois lápis. Mais cedo eu tinha desenhado com um deles, que já estava sem ponta. Eu tinha um lápis...
Na verdade eu tinha, como sempre, uma bolsa para canetas azul claro com zíper laranja, que está muito, muito suja; uma caixa de óculos onde guardo o dinheiro da passagem de volta; um bloquinho de desenho que não tem mais uma folha limpa; a programação cultural do BNB*; um folheto de curso de férias; minha gaita de enfeite (porque não toco nada a não ser um solo mínimo do Beirut*) e uma nota fiscal de compra de um milkshake de capuccino.
Retornando à cena... Eu tenho um lápis e começo a escrever a história descabida:
“Aquele Cabeça de Peixe não tinha rabo. Passava as manhãs à procura de um rabo, mas sempre se cansava, porque nunca achava um rabo que fosse tão bonito quanto ele desejava e nem tão gentil, amigável, comunicativo, amável e que tivesse defeitos bonitinhos, como roer a unhas quando estava nervoso e não olhar pros dois lados quando atravessa a rua.
Mas naquele dia ele parara e vira dois peixosos terminando seu namoro. Uma era a cabeça e o outro, o rabo, que escrevia palavras provavelmente medidas em um caderno para que a cabeça pudesse ler. Aquilo chamou atenção de seus olinhos esbugalhados e marrons.
Meses depois ele encontrou o rabo no ônibus. Ele, o Cabeça de Peixe, ia para o trabalho. O Rabo ia para a escola... Pelo menos usava farda.
Dias depois um amigo os apresentou, não oficialmente, mas”



Eu tinha um lápis. A ponta quebrou nessa parte da história. Eu ainda pedi um apontador para dois conhecidos. Um disse que não tinha, outro disse que tinha uma lapiseira, mas eu não aceitei e fiquei sem terminar a história. E assim vai ficar.
Talvez um dia o Cabeça de Peixe encontre o Rabo. Talvez se vire com outra Cabeça. Talvez o Rabo procure uma sereia e não uma cabeça de peixe. Talvez... Talvez...

Se quizer pode deixar um final alternativo nos comentários ou e-mail: robsonfernandeshp@hotmail.com
E aí eu posto aqui depois!




*BNB (CCBNB): Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil
*Solo de Postcards From Italy, logo depois da segunda parte: And I Will Love to see that Day, that Day was mine when she would marry me outside, with the willow trees and play the songs we’ve made, they made me so, and I would Love to see that day, that day was mine… (e aqui começa o solo). É uma das minhas músicas preferidas.

Um comentário:

Renan P. disse...

RAZOU! ^^