Nãoexisteosónuncaexistiununcaexistiráosósóissosóaquilo.Nãominta,
nãodestruaosónãomastiguenãoinventenãodigaqueeleexiste.Nãoexiste
osó,nuncaexistiu,nuncaexistiráosó.

Percussão Urbana

Escute o sons... São muitos.
As senhoras passam com seus filhos e sacolas. Elas trazem quase toda a família para fazer compras no centro.
Os vendedores gritam.
Todas as tardes a direção do teatro coloca músicas nas caixas de som bem à entrada.
A música é linda e se mistura aos sons dos carros, motos e ônibus que passam aqui na General Sampaio.
Alguns desocupados como eu, passeiam pelo jardim. Alguns pássaros ainda cantam, embora já passe das 5:00.
Tudo é tão parado e ao mesmo tempo tão fervente. E é interessante olhar do Foyer e tentar adivinhar, frustradamente é claro, o que faz cada uma daquelas pessoas saírem de suas casas para virem até aqui.
Nem eu mesmo sei o que me move. Não é grande alegria e muito menos grande tristeza.
Os sons são agradáveis. O vento bate nas palhas das palmeiras. A percussão urbana dos paços na calçada.
E mesmo com toda essa variedade confortável de tilintares graves e agudos aminha disposição, eu poderia me conter apenas com um.
O som de uma única voz, que ainda nem conheço, mas que provavelmente soaria agradável dizendo: “vamos para casa babe? Meu ônibus demora a passar.”

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