Era Amizade?!

Que pena que ele não deixou que ela o fizesse carinho na nuca, nos momentos mais difíceis.
Ele nem a deixou saber quais eram.

Lastimável porque ele a amava. Triste, porque ela também.
Mas ele não pôde dizer-lhe o quanto e ela esperava, esperava, esperava... Esperou...

Os dias passavam lentos para ambos, mas nenhum teve coragem de sair do casulo do medo de perder, de perder o amigo que já tinham um no outro.

Então passaram... E como o tempo não para para ninguém, eles cresceram. E junto com os corpos, cresceu a dor de não ter como dizer o que precisava ser dito.

E os carinhos na nuca ficaram para outros momentos. Momentos incertos em outros tempos que todos sabem que não voltam.
E quantas vezes precisaram de carinhos assim? E quantas vezes precisaram de um abraço de amante e receberam apenas o sorriso distante de um bom amigo, mas sem o toque quente das mãos...